sexta-feira, novembro 17, 2006

Tenho pensado nos que têm partido. A morte é uma coisa estranha. Despedimo-nos, do corpo físico de um amigo, habituarmo-nos à sua ideia, e mais tarde acontece a aceitação. Por vezes não necessariamente por esta ordem de ideias. A ideia é uma coisa. O facto, irreparável, outra bem distinta.Ali estava eu, e outras pessoas, no cemitério. Procuramos o sentido dos gestos, das expressões....o das emoções é o único domínio cujo sentido percebemos! Por dentro!Morreu-me um amigo. A perda não é só minha. É uma perda que toca a todos. Quando morre um homem é como se ardesse uma biblioteca, não é? Como se os frescos da Capela Sistina fossem irremediavelmente danificados. O corpo desaparece, o homem não, as suas atitudes, as suas marcas permanecem na nossa alma, coladas na pele e isso nada apaga.

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