quinta-feira, janeiro 31, 2008

insanidade

...faltavam três dias para o casamento...ela foi visitar uma amiga de longa data, já não se viam há pelo menos três anos. recebera a mensagem eufórica...vais casar? não posso crer! o dia estava sereno, o châ quente, as mãos felizes tocavam-se...
mais tarde essas mesmas mãos trouxeram o presente...directo do passado e sem rosto...não podia esquecer, uma carta e uma tela. ficaram lá ambas, não as procurou mais...

quinta-feira, novembro 15, 2007

Musicoterapia

Benjamin James - Far Away




Musicoterapia, ouvir música dá saúde, traz bem estar.
Isso é indiscutivel...fomos criados para vibrar, extasiarmos os sentidos ou sofrer amarguras imensas ao ritmo de cada melodia. A influência da música no comportamento do Homem é conhecida desde a antiguidade, reconhecida nos nossos dias e por isso motivo de reflexão.


Aristóteles e Platão consideravam que a música provocava reacções nas pessoas e que determinada escala devia ser dada a ouvir a guerreiros, para que estes ficassem mais bravos...Outros filósofos e pensadores atribuíram à música valores acrescentados, para além dos comuns de entretenimento ou de cariz religioso.


O meu sobrinho dava pontapés na barriga da mãe sempre que ouvia ritmos alegres. A receptividade ao som ou às vibrações é-nos inata, basta pensar na questão das vivências acústicas do período intra-uterino. A saber: por volta dos seis meses o feto é capaz de reagir a estímulos sonoros.


Através da musicoterapia promovemos o crescimento emocional, afectivo, relacional e social da pessoa, através da utilização de sons e de movimentos corporais como meio de comunicação e expressão.


Em jeito de conclusão, parece que vou continuar a cantar no chuveiro, no carro e em todo o lado, visto que é terapéutico, traz felicidade e ainda por cima é de graça.


Viva a musicoterapia! deixem os spas saberem deste nicho no mercado!

sábado, setembro 15, 2007

quinta-feira, agosto 23, 2007


Uma Paixão


Visita-me enquanto não envelheço

toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me

com teu rosto de Modigliani suicidado

tenho uma varanda ampla cheia de malvas

e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores

vem

ver-me antes que a bruma contamine os alicerces

as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo

subindo à boca sulfurosa dos espelhos

vem
antes que desperte em mim o grito

de alguma terna Jeanne Hébuterne a paixão

derrama-se quando tua ausência se prende às veias

prontas a esvaziarem-se do rubro ouro

perco-te no sono das marítimas paisagens

estas feridas de barro e quartzo

os olhos escancarados para a infindável água

vem

com teu sabor de açúcar queimado em redor da noite

sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te

Al Berto

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.


E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos, presentes não são promessas. E não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisas de perdoa-la por isso.


Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te vais arrepender pelo resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida.


Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida, são tiradas de ti muito depressa. Aprendes que paciência requer muita prática. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não dá o direito de seres cruel. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.


Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu serás em, algum momento, condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes.


E, finalmente, aprendes que o tempo, não é algo que possa voltar para trás. E percebes que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida!"
[Shakespeare]

segunda-feira, agosto 13, 2007

cansaço...



o cansaço percorria todo o corpo...ela falava-me dos jardins da sua infância. eu já não era a mesma e era já longa a viajem... tudo era ruído, fumo, agitação. quando não conseguia dormir aquela pequena figura desenhava para mim o jardim da sua infância, palavra a palavra, canteiro a canteiro. gostava de falar com ela, do seu cheiro, da tranquilidade do seu abraço que me afagava a alma e lavava o cansaço. quem me tirou aquele bonito jardim da minha infância...

sexta-feira, agosto 03, 2007

cansaço...

quando os olhos semi cerrados parecem portas velhas que chiam...
quando é preciso paciência...a vida vai torta..é preciso paciência

quinta-feira, maio 24, 2007

sopro


... E, no entanto, achando que, como os gatos, havia de renascer desta velhice.
Voltar, numa sétima vida (e última, depois da travessia que agora lhe mostrava a sua incontornável extensão), voltar a incarnar a potentíssima pantera, a ave de longínquos voos e o passarito tonto, que acabaria por finalmente poder morrer desprotegido, como uma simples rajada de vento que sobre ele viesse enfurecer-se. Ou com um sopro de Deus, que o enterra-se junto à raiz de uma árvore milenar.”
Isabel Calado

rabiscador...



“Sou um eterno rabiscador de livros, escrevinhador de margens, um sublinhador obsessivo; e aprecio isso nos outros. Alguns dos livros de que mais gosto são os que foram manuseados por alguém de lápis na mão, de preferência um leitor que tenha usado o lápis há 50 ou 60 anos. Os comentários às margens têm o encanto das cartas particulares de um desconhecido, ou de um bilhete numa garrafa jogada ao mar.”

Robert Fulford, no Star de Toronto

Razão de viver


O próprio homem é um equilíbrio precário entre o amor e o ódio, a generosidade e o egoísmo, a paz e a agressão. Ele não consegue chegar à perfeição, mas pode ser melhorado; e nada existe na sua história ou na sua natureza que nos obrigue a deixar de acreditar nele. Na verdade o homem pode estar eternamente “encurralado entre a terra e um vislumbre do céu”, mas é a esse vislumbre que ele se vai apegar, como sói acontecer.

Eric Sevareid em Not So Wild a Dream